Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos gozaram rápido
Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida
O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela o súdito
Desenhou-se a história trágica
Ele enfim dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo a vítima
Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico
Para ele uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão a rubrica
Samuel Rosa - Rodrigo F. Leão
Bruna, que maravilha de poema, bem a contexto da atualidade, algo sem sentimento, real e verdadeiro, sem a valsa dos desejos entre as partes...
ResponderExcluirOlha, topei com a surpresa de ver que tantos poemas por aqui já deixaste, não mostrando em minha lista as tuas mudanças... Me perdoe, perdi, achando que por razão de teu pouco tempo em vias escolares, por isto estivesse em falta... Ficarei de olho, mais atenta em teu recanto.
Obrigada pelo comentario, pela visita em minha casa. adorei!
Bjss
e linda semana pra ti!